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#tbt session: Quando o baixo fala mais alto

  • Shoyu
  • 29 de mai.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 31 de mai.

Heitor Gomes fala sobre música, herança de Chico Gomes e sua noite com a banda O Brown em Santa Catarina, numa entrevista exclusiva


Em 17 de maio, o Pacífico Bar, localizado na praia de Penha, recebeu uma noite carregada de emoção. Lotado, o público vibrou ao som de duas bandas tributo que não apenas homenagearam ícones do rock, mas trouxeram alma e autenticidade à cena: Link Park Cover America e O Brown, banda dedicada ao legado sonoro do grupo Charlie Brown Jr.

O que fez o show ganhar contornos históricos foi a participação especial de Heitor Gomes, ex-baixista do Charlie Brown Jr., Pavilhão 9, CPM 22 e Matuê. Filho do lendário músico e pesquisador Chico Gomes, Heitor não subiu ao palco apenas com seu contrabaixo – ele levou consigo técnica, história, energia e um discurso que conecta arte, disciplina e espiritualidade.

“Foi sensacional, um show incrível, casa cheia, lotada! A gente fica super motivado quando a galera vem, quando a vibe está lá em cima. Tudo o que eu queria era subir no palco e realmente pular, cantar, tocar e agitar sem parar. Energia pura.”

Mais do que um show, a noite no litoral norte catarinense foi uma reafirmação do vínculo de Heitor com o legado do Charlie Brown Jr. Entre 2005 e 2011, ele integrou a formação da banda que gravou álbuns como Imunidade Musical e Camisa 10 Joga Bola Até na Chuva, este último sendo vencedor do Grammy Latino. A preparação para assumir essa responsabilidade começou muito antes, e envolveu mudanças profundas em sua vida pessoal.


“Eu tocava já na noite, tinha uma concepção, mas não me dedicava tanto. Aí meu pai chegou pra mim e falou: ‘Você tá tocando bem, mas se quiser evoluir mesmo, tem que estudar bastante.’ Aquilo foi um conselho de mestre”, contou. “Comecei a reduzir a vida noturna, cortei vícios, comecei a estudar teoria, a ler e a ir atrás mesmo!”, destaca o artista. Essa disciplina veio acompanhada de uma busca espiritual. “Quis ser batizado, buscar paz, serenidade. Isso virou alicerce: espiritualidade, dedicação intelectual e prática técnica.” Foi esse processo, segundo ele, que o preparou para continuar encarando a estrada ao lado de Chorão.


Além da vivência em grandes bandas, Heitor carrega o nome e a influência direta de seu pai, Chico Gomes, criador da técnica conhecida como triplo domínio, que permite ao baixista executar simultaneamente baixo, harmonia e melodia. “Ele tocava como se estivesse tocando piano, usando o baixo com as duas mãos. A esquerda fazendo a harmonia e a direita a melodia. Foi revolucionário”, explicou.


Heitor segue esse caminho em seu projeto atual, “Gomes do 8”, com um contrabaixo de oito cordas.


“Eu fiquei apaixonado pelo instrumento. Minha maior inspiração é meu pai. Depois, vieram outras referências: Flea, Victor Wooten, Marcus Miller, entre outros. E fui desenvolvendo minha identidade.”

Entre os muitos momentos marcantes da carreira, a passagem pelo Charlie Brown Jr. foi decisiva: “Me preparou para ser quem eu sou hoje. O Chorão foi um cara que acreditou em mim, e estar naquela banda exigia entrega total ” e hoje, aos 44 anos, Heitor se empenha em manter o corpo e a mente saudáveis, seguindo uma rotina disciplinada e cercada de boas leituras. “Não bebo mais, não tenho vícios, só virtudes. Leio muito, me alimento bem. E no palco: rock and roll de verdade, de dentro pra fora.”


Antes de encerrar, deixou um recado direto ao público: “Busca a essência, busca os bons hábitos. A sorte é o encontro da preparação com a oportunidade. Valorize os conselhos do seu pai e da sua mãe. Fé e vamos que vamos.”


🎥Confira a seguir a entrevista na íntegra, com conteúdo audiovisual da banda O Brown:





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